eleições 2018

Eleições deste ano têm maior número de candidatos à presidência desde 89

Eduardo Tesch

Em meio a escândalos de corrupção, economia em baixa e o descrédito da população em relação à política, 13 candidatos irão concorrer ao cargo de presidente da República nas eleições de outubro. É o maior número desde a primeira eleição direta de 1989 - após a ditadura militar -, quando 22 candidatos concorreram ao cargo. Fernando Collor venceu a disputa.

O cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Kramer, diz que o alto número de candidatos tem uma relação direta com a instabilidade política que o Brasil enfrenta hoje.

- Em 1989, quatro anos depois da entrega do poder aos civis e um ano após a reconstitucionalização do país, muitos políticos acreditavam que tinham alguma chance e resolveram concorrer. Agora, com a maior crise econômica da história do Brasil e da exposição das entranhas podres do presidencialismo de coalizão pela Lava-Jato, acontece a mesma coisa - afirma o professor da UnB.

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Diferentemente de países parlamentaristas, onde os cargos de chefe de Estado e de Governo são ocupados por pessoas diferentes, em uma República Presidencialista, como a nossa, esses espaços são ocupados pela mesma figura. Ou seja, além de chefiar o poder Executivo, o presidente da República também representa o Brasil (leia mais na página 11) em encontros e acordos internacionais. Em contrapartida, o presidente recebe um salário de R$ 30.934,70.

Após cumprir o mandato, ao contrário do que acontece em outros países, o ex-presidente não tem direito a um salário vitalício. Contudo, os ex-chefes do Executivo têm direito a contratar oito servidores de sua escolha, sendo dois assessores especiais, quatro servidores para segurança e apoio pessoal e dois motoristas. Além disso, são disponibilizados dois carros oficiais para se locomover dentro do país.

OPÇÕES NÃO FALTAM
Da esquerda à direita, passando pelo centro. Moderados ou radicais. Opções não faltam para escolher o próximo presidente. Em meio a questões polêmicas, como a privatização de estatais e a interferência do Estado na economia, candidatos defendem suas posições em debates, nos planos de governo e em entrevistas. Ao lado, preparamos um pequeno perfil de cada candidato à presidência da república.

DOIS EM UM: AS FUNÇÕES DE UM PRESIDENTE
Em uma república presidencialista, como é o Brasil, o presidente desempenha duas funções: chefe de Estado e também de Governo. Cabe ao presidente representar o país em eventos e acordos internacionais como chefe de Estado. Também cabe ao presidente, como chefe de governo, centralizar as tarefas do Poder Executivo, enviando matérias relevantes ao Congresso Nacional, criar ou extinguir ministérios, entre outras funções.

O que os candidatos a governador propõem para as finanças do Estado

Pela Constituição Federal, o presidente é eleito por voto majoritário. Ou seja, é o candidato que recebe individualmente o maior número de votos na eleição a cada quatro anos. É o contrário do que ocorre na formação da Câmara dos Deputados, por exemplo, na qual se adota o critério proporcional, com as vagas distribuídas de acordo com a soma de votos de cada coligação.

OS CANDIDATOS

Alvaro Dias

  • Com 73 anos, filiado ao Podemos, o senador do Paraná governou seu Estado e passou por outros partidos, entre eles o PSDB. Formado em História, já desempenhou outros cargos. Seu discurso é na linha do fim dos privilégios e da corrupção. Em seu discurso e plano de governo, o candidato diz que pretende "refundar a República". É de centro direita.
  • Coligação - Podemos, PSC, PTC e PRP
  • Patrimônio - R$ 2.889.933,32

Cabo Daciolo 

  • Com 42 anos, filiado ao Patriota, Cabo Daciolo é deputado federal pelo Rio de Janeiro, pastor e bombeiro militar. Apesar de ter participado somente de uma campanha, em 2014, o deputado federal já passou por três partidos: foi eleito pelo PSol, que o expulsou no quarto mês de mandato. Depois, passou pelo PTdoB, que mudou o nome para Avante. Agora, está no antigo PEN, rebatizado de Patriota. Defende a valorização da família e um Estado cristão. É de direita
  • Coligação - Patriota
  • Patrimônio - Nenhum bem declarado

Ciro Gomes  

  • Com 60 anos, filiado ao PDT, o ex-governador do Ceará já foi ministro da Fazenda. É formado em Direito e passou por outros cargos e partidos, incluindo MDB e PSDB. Defende um projeto de desenvolvimento nacional. É de centro-esquerda.
  • Coligação - PDT e Avante
  • Patrimônio - R$1.695.203,15

Fernando Haddad 

  • Com 55 anos, filiado ao PT, Fernando Haddad é advogado e foi ministro da Educação, de 2005 a 2012, durante os dois governos Lula. Ele foi prefeito de São Paulo de 2013 a 2016. Antes, foi registrado como vice na chapa de Lula para concorrer ao pleito. Ao longo da campanha, Haddad substituiu Lula, impugnada pelo TSE. Ele prega a revogação da Reforma Tralhista, aprovada em 2017, e se posicina contra privatização de estatais. É de esquerda.
  • Coligação - PT , PCdoB e PROS
  • Patrimônio - R$ 428.451,09

Geraldo Alckmin 

  • Com 65 anos, filiado ao PSDB, o ex-governador de São Paulo tentará, pela segunda vez, ser presidente. Ele perdeu a disputa em 2006 para o ex-presidente Lula. Formado em Medicina, promete destravar a economia com reformas como a da Previdência, tributária e com política de redução de juros. É de centro-direita.
  • Coligação - PSDB, PRB, PP, PTB, PR, PPS, DEM, PSD e Solidariedade
  • Patrimônio - R$ 1.379.131,70

Guilherme Boulos  

  • Com 36 anos, filiado ao PSol, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) é formado em Filosofia e Psicologia. Defende um programa socialista de governo, com taxação sobre grandes fortunas e divisão de terras. É de esquerda.
  • Coligação - Psol e PCB
  • Patrimônio - R$15.416,00

Henrique Meirelles  

  • Com 73 anos, filiado ao MDB, Meirelles foi presidente do Banco Central durante o governo Lula e ministro da Fazenda, no governo de Michel Temer (MDB). Propõe um estado mínimo, com a privatização de estatais e a continuidade das reformas propostas pelo governo de Michel Temer. É de direita.
  • Coligação - MDB e PHS
  • Patrimônio - R$ 377.496.700,70

Jair Bolsonaro 

  • Com 63 anos, filiado ao PSL, o deputado federal e capitão do Exército é o mais polêmico dos candidatos. Formado em Educação Física e Ciências Militares, defende a liberação das armas e critica bandeiras como o casamento entre homossexuais. É de direita.
  • Coligação - PSL e PRTB
  • Patrimônio - R$ 2.286.779,48

João Amoêdo

  • Com 55 anos, filiado ao Novo, sigla que ajudou a fundar, é formado em Engenharia e Administração de Empresas. Executivo do mercado financeiro e com passagem por diversos bancos, defende a redução de impostos e um Estado enxuto, com a privatização de estatais. É de direita.
  • Coligação - Novo
  • Patrimônio - R$ 425.066.485,46

João Goulart Filho

  • Com 61 anos, filiado ao PPL, o filho do ex-presidente João Goulart, espelha-se no ideário do pai, derrubado pelo golpe militar de 1964. Filósofo, considera-se herdeiro do trabalhismo do pai e prega estatais como principais bandeiras. É de esquerda.
  • Coligação - PPL
  • Patrimônio - R$8.591.035,79

José Maria Eymael

  • Com 78 anos, filiado à DC, concorrerá a presidente pela quinta vez. Gaúcho de nascimento, foi líder da Juventude Operária Católica, e hoje é radicado em São Paulo. Defende um ideário liberal-cristão, com redução do Estado e valorização da família cristã tradicional. É de direita
  • Coligação - Democracia Cristã
  • Patrimônio - R$ 6.135.114,71

Marina Silva

  • Com 60 anos, filiada à Rede, partido quer ajudou a fundar, a ex-senadora vai disputar a Presidência pela terceira vez. Prega a defesa da ética na política, do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável. Historiadora e professora, foi filiada ao PT, além de ter sido ministra do governo Lula. É de centro esquerda.
  • Coligação - Rede e PV
  • Patrimônio - R$ 118.835,13

Vera Lúcia

  • Com 51 anos, filiada ao PSTU, é sapateira e sindicalista. Começou a militância no PT, do qual foi expulsa junto com o grupo que fundou seu atual partido. Defende o rompimento radical com o Estado capitalista por meio de uma revolução socialista. É de esquerda.
  • Coligação - PSTU
  • Patrimônio - R$ 20.000,00

CURIOSIDADES
Os ex-presidentes do Brasil, após a Constituição de 1988, ao contrário de outros países, não têm direito à aposentadoria ou pensão vitalícia. Apesar disso, existem outros benefícios concedidos:

  • 8 servidores de livre escolha
  • Desses, são 2 assessores, 4 servidores para segurança e apoio pessoal e 2 motoristas
  • 2 carros oficiais para se locomover dentro do país
  • Os benefícios podem se estender a familiares, mediante autorização do governo em exercício
  • Em viagens ao Exterior, cabe ao Ministério das Relações Exteriores a locação de veículos

OS BENEFÍCIOS

  • O presidente da República recebe um salário de R$ 30.934,70 por mês
  • Ele despacha no Palácio do Planalto e tem direito a usar o Palácio da Alvorada como residência dele e da família
  • Pode usufruir da Granja do Torto, uma casa de campo de 37 hectares nos arredores de Brasília
  • Tem direito a assessores especiais e cargos de confiança, que são criados mediante autorização da própria Presidência
  • Pode usar os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) tanto para missões oficiais quanto em viagens particulares

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